O jornalista Elio Gaspari, sem dúvida um dos mais inteligentes do país, se mantém coerente com sua linha de acompanhar os acontecimentos políticos da USP com lupa de burguês sensato: este domingo alertava o tucanato para, se for esperto, manter a polícia militar longe do campus do Butantã, agora que os funcionários da universidade aquecem os músculos para uma nova greve. Gaspari já vem fazendo sua parte no cerco que a mídia pró-tucana vem fazendo em torno do combativo sindicato da universidade... Desde o ano passado, tirava lições das intervenções desastradas da dupla Suely Vilela/José Serra, que contribuíram com sua truculência para soldar aqueles novos elementos de aliança de classe, entre trabalhadores e estudantes, que fizeram a USP entrar numa nova fase após 2007 e tanto preocupam os sanguessugas do patrimônio público que também atendem pelo nome de burocracia acadêmica.
Agora o senhor Rodas, político velhaco que é, mostra a que veio com sua fachada “dialoguista”: quebrou a isonomia dando aumento apenas para professores, e agora quer dobrar os joelhos dos funcionários sem dar nenhuma concessão, ameaçando descontar os dias parados antes mesmo de a greve começar.
O magnífico reitor-biônico de Serra é também jurista de cátedra, então sabe que o direito de greve está lá bem inscrito na Constituição dos ricos, até porque os trabalhadores brasileiros lutaram para tanto... Mas pelo menos assim se vê que quem “politiza” as greves da categoria são os desmandos dos portentosos como Rodas, que para fazer da USP um paraíso do capital não hesita em fazer da universidade uma “terra-sem-lei” para quem vive do suor do rosto... (enquanto isso, os terceirizados continuam trabalhando como semi-escravos, estudantes são agredidas pela guarda e os homossexuais sofrem com o descalabro daquela direitazinha estudantil que as “autoridades universitárias” tanto fazem para estimular...)
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